domingo, 23 de agosto de 2009

O pior com DEUS

Josimar de Assis Roque Júnior - Pastor da IB Central De Rio Claro (SP)

Retirado do "O Jornal Batista"

Recentemente conversava com um senhor enquanto fazia alguns execícios físicos em um clube de nossa cidade. Eu o ouvia falar sobre a sua indignação com a igreja. Dizia ele que não vai mais à igreja (evidentemente referindo-se às reuniões dominicais) porque há muita gente dissimulada e má que também vai e que se diz cristão. Citou-me um exemplo de um dono de supermecado, pastor, que sequer ofereceria um copo de café acompanhado de um pãozinho durante o momento de descanso de seus empregados.

Quis protestar imediatamente, mas calei-me. Calei-me porque já entrei em discussões como esta inumeras vezes e nunca consegui adentrar um coração petrificado e incrustado em preconceitos.

Porém, chegando em casa, e refletindo mais um pouco sobre o assunto, comecei a perceber como a igreja está cheia de pessoas assim como descrevera aquele senhor. Lembrei-me de um irmão que ficou muito conhecido entre nós por sua agressividade verbal e física, e por não conseguir segurar seu ímpeto reativo quando lhe pisavam "no calo". Certa vez este irmão chegou a agredir uma pessoa que não concordava com sua posição e, partindo para cima dela, literalmente arrancou-lhe parte da orelha. Um testemunho lamentável . Um segundo irmão me veio à mente , e este marcou a minha vidapelo que ele mesmo chamava de fimeza de posição, mas que não passava de teimosia. Antes de se converter, cria que os crentes eram todos dignos de pena e que não deveriam existir neste mundo. Fazia com que todos que estivessem ao seu redor os odiassem e não media esforços para atrapalhar as suas ações de proclamação do Evangelho.Quando finalmente, sua teimosia foi quebrada pela mão de Cristo, sua presença dentro da comunidade cristã causou muitíssima desconfiança e até certo escândalo entre crentes, cada um com seus argumentos óbvios.Um terceiro caso me veio à mente e refere-se a um irmão que foi apanhado em adultério e teve seu caso exposto à toda comunidade.Não bastando isso, este mesmo casou-se com aquela mulher adúltera, e a levou para sua própria casa e para o convívio com sua família. Uma situação extremamente desgastante e lamentável. Mas o último caso que quero citar, dentre muitos outros que me vêm à mente, é o mais grave de todos. Quando cheguei em nossa igreja, há dois anos, deparei-me com um irmão que matou um homem, permitindo-o agonizar à sua frente sem sequer estender a mão para socorrê-lo ou minimizar a sua dor. Ele deixou que tudo ocorresse sob seu olhar atento. Não tendo coragem de enfrentar as consequencias de seus atos passou algum tempo fugindo, mas agora está conosco liderando a igreja de Cristo, ainda sem pagar pela gravidade de seus atos. Este sim é um verdadeiro escandâlo! A igreja está cheia de maus exemplos. Devo admitir.
Contudo, quero apontar ainda para a graça de Deus, pois cada um destes homens foi transformado quando se encontrou com a salvação de Cristo, mesmo em meio a sua debilidade e deficiência. Quando ainda estávamos mortos em nossas transgressões, Cristo nos libertou e nos deu vida. É pela graça de Cristo que somos salvos (Efésios 2.4-5) e podemos ter uma vida transformada. Isso foi o que ocorreu com todos estes irmãos citados acima, cada um a seu tempo. O primeiro caso que citei é do nosso irmão Pedro, o segundo do grande missionário Paulo, o terceiro do profético rei Davi. Todos alcançaram em Deus um bom testemunho ao final de suas vidas, desde quando deixaram a graça permear totalmente os seus passos.
O quarto caso citado é o meu. Eu sou assassino.Certo dia tive consciência disso. Eu matei a Jesus Cristo e não tive coragem de enfrentar os meus pecados, que eram muito maiores do que a minha própria vida poderia quitar. Por isso fugi. Mas fui encontrado pela graça de Cristo, resgatado pelo sangue que eu mesmo derramara e trazido para sua igreja, aceitando o privilégio de ser um de seus ministros, para honra e a glória de Deus, aceitando que o próprio Cristo pagasse a pena em meu lugar.
eu deveria ser o pior testemunho para a vida daquele senhor que conversara comigo, e não me sinto melhor do que aquele pastor dono de supermercados que o escandalizava tanto. Porém, me sinto em transformação pela graça de Deus, a cada dia, deixando a forma deste mundo, ganhando a mente de Cristo e experimentando a sua boa , agradável e perfeita vontade(Romanos 12.1-2).
Eu deveria ser o pior testemunho e a prova de que Deus transforma maus testemunhos para apontar para a sua graça. Não vejo a hora de me reencontrar com aquele senhor....

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